Nascido no Crato, aos 18 anos, Sérvulo vai para Fortaleza, onde toma contato com os artistas da Sociedade Cearense de Artes Plásticas, como Inimá de Paula, Aldemir Martins e Antonio Bandeira, além de receber orientação de Jean Pierre Chabloz. Neste período, realiza xilogravuras com inspiração na gravura popular, de formas puras e em preto e branco, que aos poucos vão sofrendo influências de Goeldi - em especial a partir de 1951, quando transfere-se para São Paulo e toma contato, através de Aldemir Martins, com Sérgio Milliet, Bruno Giorgi, Lívio Abramo e com o próprio Oswaldo Goeldi. Em 1957 realiza uma individual no MAM e, no ano seguinte, parte para Paris como bolsista do governo francês, onde estuda litogravura com Johnny Friedlander e freqüenta o ateliê da Escola de Belas Artes de Paris.
A partir daí a obra de Esmeraldo vai tomando uma feição mais abstrata e se afasta das influências nordestinas. O figurativismo de formas puras dá lugar a um concretismo consciente e estudado, e a escultura predomina sobre a gravura. Seguindo as idéias de Van Doesburg e da Bauhaus, e seus elementos são, quase invariavelmente, a reta, o ângulo, o preto e o branco, resultado também de sua experiência gráfica. Muitas delas são desmontáveis, permitindo uma interação e a recriação da obra pelo espectador. Durante os anos 60 o artista vai se integrando à Escola de Paris, fazendo apenas visitas esporádicas ao Brasil. Sempre preocupado com a escultura, realiza experiências com arte cinética que resultam, em 75, nos 'Excitáveis', caixas cobertas de acrílico que podemos chamar de quadros-objetos, dentro dos quais elementos móveis respondiam à eletricidade estática gerada ao se friccionar a tampa.
Em 1977, Sérvulo volta ao Brasil decidido a promover a divulgação da arte contemporânea em seu Estado, particularmente em Fortaleza - e para isso vai usar sua própria obra, espalhando suas esculturas pelos prédios da cidade, fazendo uma articulação entre arquitetura e escultura que pode ser sentida em toda a cidade. A linearidade e a crescente monumentalidade de suas esculturas ganham as ruas e vão aos poucos se integrando ao meio de forma consciente - o artista passa a realizar esculturas que interagem com o vento, a água e o sol.
Sérvulo Esmeraldo contribuiu não só para a divulgação da arte brasileira no exterior - tendo fundado o Museu de Gravura no Crato, em 56, introduziu Mestre Noza no livro Via Sacra, ensaio sobre a gravura nordestina, e publicou ainda o estudo L'imagirie Populaire au Brésil - como para trazer a arte contemporânea de todo o mundo para sua cidade - foi o organizador das Exposições Internacionais de Esculturas Efêmeras, em 1986 e 1991, da qual participaram muito artistas nacionais e internacionais, que mandavam seus projetos para serem montados aqui, em geral com materiais baratos, e desmontados depois da mostra, o que possibilitava baixo custo.
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