segunda-feira, 18 de julho de 2011

Coletivos de artistas em Fortaleza

Os coletivos Acidum e Curta-Circuito (na imagem, Naiana Cabral, David da Paz e Liduína) são alguns dos mais produtivos
FOTOS: KID JÚNIOR/ JULIANA VASQUEZ

Hoje, circulam em Fortaleza diversos coletivos artísticos. A maioria deles tem, entre os pontos em comum, o grafite como forma de expressão para seus trabalhos

Com a atuação pioneira do Grupo Aranha, na década de 1980, foi aberto um vasto campo de possibilidades artísticas, que viria a influenciar, a partir dos anos 2000, diversos coletivos de arte da cidade. Um dos mais conhecidos é o Grupo Acidum, criado em 2006.

Composto pelos artistas visuais Rafael Limaverde, Leobdss, Henrique Viudez e Robézio Marqs. O Acidum trabalha dentro de jogos referenciais, seres absurdos, propagandas tresloucadas, lendas urbanas, aspectos do imaginário local, sincretismos religiosos, fundamentados em um processo ritual de criação e produção.

“Um trabalho que explora, experimenta e se processa a partir do caos das paisagens e relações urbanas, choques e trânsitos culturais diversos. Em tentativas de subverter a suposta beleza midiática apropriando-se de estratégias da arte de rua como grafite, cartazes, stickers, além de jogar com uma re-codificação a poluição visual e informativa gerada dos resultados dessas relações. Em estruturas acessíveis ou inabitadas, o Acidum baseia fundamentalmente seu fazer artístico, subvertendo as noções de espaço reconhecidos como áreas estéreis”, conforme informações do grupo em sua página no Facebook.

Curto-Circuito

O coletivo surgiu em 2004, através de ações idealizadas por David da Paz, Naiana Cabral, Airton Lima e a participação de outros artistas convidados para alguns trabalhos específicos. 

De acordo com David da Paz, o grupo realiza intervenções urbanas através de situações performáticas no Centro da cidade. “Na arte contemporânea a cidade é cada vez mais objeto de intervenções de artistas. Mais do que estar nas ruas levando a obra para um público amplo, o pensamento que funda este projeto surge da interpretação da arquitetura e da organização espacial, buscando desvelar e renovar os sentidos dos lugares. A intervenção artística funciona como um elemento questionador e vitalizador da vida urbana”, explica.

Outros grupos

Coletivos não faltam pela cidade, a exemplo de Traços Aleatórios (TA), formado por Erik George, Glau Holanda, Lucia Teles e Marildo Montenegro. Jovens artistas remanescentes do curso de Artes Plásticas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Os processos de construção artística deste coletivo são permeados por reflexões acerca dos movimentos do nosso cotidiano, sobre o qual busca lançar um novo olhar. 

O Selo Coletivo, um dos grupos mais recentes, também intervém com sua poética pelas ruas de Fortaleza. O grupo conta com as presenças das artistas: Bruna Beserra, Ceci Shiki, JuLiana Chagas e Tereza dequinta. Outro exemplo bem popular, é o Coletivo Monstra. Weaver Lima, Franklin Stein, Everton Silva, Mychel T.C., Jabson Rodrigues, Ise Araújo e Lui movimentam as atividades do grupo.

O Monstra tem o objetivo de incentivar a produção de artistas ligados a meios alternativos e ofertar arte ao alcance de todos, tanto no campo conceitual quanto econômico. O coletivo existe há cerca de três anos realizando várias atividades culturais na cidade.

É formado por artistas que fundem arte urbana e cultura pop com influências da cultura regional nordestina em sintonia com a atual produção de arte urbana, enquadrando-se no movimento artístico internacional denominado “Lowbrow art”, o qual é caracterizado por artistas que trabalham com referências “underground”, como: Comix, Tatuagens, Filmes B, Arte Naïf, Design, entre outros. (ACS)


FIQUE POR DENTRO

Intervenção urbana
A ideia de intervenção é empregada, no campo das artes,com múltiplos sentidos. Ela pode ser considerada uma vertente da arte urbana, ambiental ou pública, direcionada a interferir sobre uma dada situação para promover alguma transformação ou reação, no plano físico, intelectual ou sensorial. Trabalhos de intervenção podem ocorrerem áreas externas ou no interior de determinados espaços. Essa prática é um dos meios explorados por artistas interessados em se aproximar da vida cotidiana, se inserir no tecido social, abrir novas frentes de atuação e visibilidade para os trabalhos de arte fora dos espaços consagradosde atuação, torná-la mais acessível ao público.
* Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural

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