quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Nívia Uchôa - O cotidiano como uma poética de luz








Uma série de entrevistas com artistas, produtores e gestores culturais serão realizadas pelo Coletivo Camaradas e disponibilizada para blogs e sites. A série entrevistará nomes como Jorge Mautner, Oswlad Barroso, Vitória Regia Turin, Lula Gonzaga, Hamurabi Batista, Augusto Bitú, Norma Paula, Alexandre Santini, Marlon Torres. A série inicia entrevistando Nívia Uchôa.
Nívia Uchôa tem um trabalho que vem sendo reconhecido nacionalmente, com uma poética própria e cheia de luz, a artista consegue a partir cotidiano das camadas populares criar poesias visuais com a sua fotografia. Natural de Aracati, mas desde a infância reside no Cariri do Ceará.

Alexandre Lucas - Quem é Nívia Uchôa?

Nívia Uchôa - Fotógrafa há 16 anos, com pesquisa etnográfica e antropológica na Região do Cariri, Ceará e no Brasil com uma documentação sobre relação do ser humano com água com projeto Água Pra que te quero! Formação acadêmica Geografia e atualmente sou professora substituta de Fotografia e Cinema da Universidade Regional do Cariri URCA na Escola de Artes Violeta Arraes. Fundadora do grupo de fotografia POESIA DA LUZ

Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?

Nívia Uchôa - Quando iniciei minha carreira em 1994, meu trabalho já veio carimbado com um olhar artístico, pois minha estética já se consolidava com uma busca pelo meu olhar autoral, pelo meu traço.

Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?

Nívia Uchôa - História da Fotografia , na fotografia Contemporânea, cinema e pintura e a teoria quântica, mas, tenho influencias da fotografia do Cartier Bresson, Sebastião Salgado, Tina Modotti, Celso Oliveira, Tiago Santana, João Roberto Ripper, Cristiano Mascaro, Maureen Brisilliat, Frederico Fellini, Akira Kurosawa, Michelangelo Antoinioni, Glauber Rocha, aqui no Cariri, tenho influencias da profusão artística, do artesanato, da cultura da tradição oral, da pintura do Luis Karimai, do fotografo Gilberto Morimitsu e da influencia do cotidiano desses lugares cheios de identidade e polissêmicos.

Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?

Nívia Uchôa - Penso que ainda falta mais esforço para que ambas dialoguem com mais freqüência, o artista não pode ficar distante da política e ou vice versa, a política ainda é vista como clientelista, ou melhor, ela ainda é clientelista, dai dificulta fazer a arte e política andarem mais próximas, pelo menos eu não me utilizo dela para minha arte. Mais em nível universal várias vertentes políticas pensam a arte.



Alexandre Lucas - O que representa a fotografia na sua vida?

Nívia Uchôa - Luz, sobretudo vida, não viveria longe da fotografia, da luz que a faz ser. Não seria Nívia Uchôa se não fosse à fotografia, não conduziria meu caminho com tranqüilidade se não fosse a fotografia. Fotografia é o alimento da minha alma.
Alexandre Lucas - Você tem um trabalho de militância política na área da cultura. Isso reflete na sua produção estética e artística?

Nívia Uchôa - Minha militância é mais pelo trabalho e a produção de uma coletividade no mundo da arte, pois penso que sem esse olhar mais coletivo, seremos seres cada vez mais individualistas, a arte é como a água tem para todos e todas, se essa fonte secar sofreremos com isso, quanto a saber se isso reflete em minha produção estética e artística, nunca parei para pensar sobre isso, pois por mais que falo em coletivo, ainda tenho um trabalho solitário, as pessoas não gostam de trabalhar juntas, elas acham que vamos roubar suas idéias e seus ideais, mas, como tenho um traço próprio, não tenho medo de que me roubem, pois não tem como roubar a luz que vejo, a luz que recorto da realidade, essa que nos segue e persegue em um piscar de olhos.

Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória?

Nívia Uchôa - Bom, fiz vários trabalhos, mas, citarei aqui os que me deram prazer em realiza-los. Fotografar Juazeiro do Norte-Ce esse faço naturalmente em meu cotidiano, em 1997 fiz um trabalho com um amigo Antonio Vargas, fomos fotografar a rampa de lixo de Jangurussu em Fortaleza-CE, trabalho esse que me emocionou profundamente pela forma que essas pessoas viviam literalmente no lixo, esse trabalho foi exposto na UFC, Grenoble, Paris, Bruxelas, Lion. Em 2000 fiz uma exposição que a Dodora Guimães curadora da exposição, intitulou de Gentes do Cariri, foi com esse trabalho que fiquei conhecida no Ceará, o qual pude expor no Palácio da Abolição no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela em Fortaleza, em 2005, 2006 e 2007 fiz um trabalho para a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará sob a gestão da Cláudia Leitão e pude viajar o Ceará quase todo, isso me rendeu algumas publicações entre elas Memória do Caminho do Oswald Barroso e o Guia Turístico Cultural do Estado. Iniciei minha trajetoria no audiovisual e cinema realizando alguns curtas como Adeus meu bem, Catadores de Piqui, Quarta Parede, Quero viver igual a um beija-flor. Em 2010 participei de uma coletiva de 30 anos de Fotografia da Curadora Rosely Nakagawa nos Centros Culturais Caixa Economica Brasilia, São Paulo, Salvador e Curitiba, na ocasião tive a oportunidade de esta ao lado dos grandes fotografos brasileiros Cristiano Mascaro, Thomaz Farkas, Mário Cravo Neto, Pedro Karp Vasquez, Luiz Braga, Celso Oliveira, Tiago Santana, Guy Veloso, entre outros famosos no universo da fotografia brasileira e finalmente um trabalho que me consolido através da antropologia visual, meu mais novo trabalho intitulado Água pra que te quero! Esse esta em fase de conclusão e conto a história de 3 bacias hidrográficas do estado do Ceará através da imagem e de uma pesquisa que fiz com uma equipe em 2 anos. Esse trabalho será lançado em março e constará de um livro e um vídeo onde conto a relação do ser humano com água. E por fim faço parte atualmente da Rede de Produtores de Fotografia no Brasil o qual realiza várias atividades no campo da produção da fotografia brasileira como realizadores, agitadores culturais e comunicadores.

Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?
Nívia Uchôa - Penso que a fotografia está além de tudo a serviço do social, devemos mostrar nosso universo de cotidiano através das imagens, sobretudo quando devemos e podemos relatar a arte através dele. A imagem fotográfica DIZ e com isso ela pode denunciar, conduzir, salvar, ela nos faz acreditar ser ela própria sem nada esconder, a fotografia esta além do que se pode imaginar, ela diz por si só.

Alexandre Lucas - Você acredita que a Academia elitiza a arte?

Nívia Uchôa - Bem, penso que arte se auto-elitiza, a academia ensina arte como está nos livros, à arte esta desde seu inicio, desde quando o ser humano pode se comunicar, arte pela academia é conceito.

Alexandre Lucas - Quando a arte humaniza?

Nívia Uchôa - Quando ela sai da individualidade e mostra seu lado coletivo, quando ela não cai no amadorismo, mas, quando ela busca saber, propor, dizer para que ela veio, sair dos conceitos e ir para prática.

Alexandre Lucas - Como você enxerga os coletivos de artistas?

Nívia Uchôa - Penso que ainda estamos muito atrasados aqui no Cariri, mas nacionalmente e mundialmente temos vários coletivos. A idéia de se coletivizar é bem interessante, pois precisamos do olhar dos outros para produzirmos e assim saber quem somo nós.

Alexandre Lucas - Como você ver atuação do Coletivo Camaradas e qual a sua relação com esse grupo?

Nívia Uchôa - Vejo com uma força grande, mudou muito aqui em nossa região, o Coletivo Camaradas pensa a arte e a política, pensa os trabalhos a partir de um todo. Minha relação com o Coletivo ainda não é de uma total militância por conta da minha agenda que tem sido intensa, mas, quero e posso me dedicar muito mais.
Postado por Alexandre Lucas às 11:13

Fonte
http://blogdoalexandrelucas.blogspot.com/2010/12/nivia-uchoa-o-cotidiano-como-uma.html
blog Nivia Uchoa
http://poesiadaluz.blogspot.com/

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sobre o Seminario......


As oficinas que integraram o seminário circuito compartilhado pensando um rede de arte visuais integrada para o Ceará que aconteceram no espaços da ECOA Sobral, a exposição circuito compartilhado e o circo de paletas aconteceram nos espaços da casa da cultura de Sobral reunido artistas locais e artista de outras regiões do Ceará: Ruth Vaz ( Fortaleza) Alexandre Lucas coletivo camaradas (Crato) Nivia Uchôa (Juazeiro do Norte) Aterlane Matins (Fortaleza) Anderson Morais (Sobral) Ed Ferreira (Sobral) Diego de Sousa (Caucaia) Weaver Lima (Fortaleza), onde foram discutidos a possibilidade de uma rede de arte visuais para Ceara, o seminário aconteceu uma realização da 7 Edição da Rede Nacional de Arte Visual da Funarte, onde a partir desse primeiro encontro foram traçado metas para a criação dessa rede.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ciclo de palestras que compuseram o seminário circuito compartilhado





Abertura da exposição de artes Circuito compartilhado.





Montagem da exposição Circuito compartilhado





Oficina educativos de museus e exposição de arte contemporânea





Oficina o desenho na produção contemporânea Diego de Sousa





oficina arte urbana - Weaver Lima, artista integrate do Coletivo Monstra








domingo, 8 de agosto de 2010

Sábado, 14 de agosto, das 8h30 às 17h
Casa da cultura de Sobral – Sobral

CICLO DE PALESTRAS

08h30
Abertura

08h40
Importância das redes para o fortalecimento das artes visuais para o interior do Ceará – Anderson Morais, artista visual, Sobral

09h20min
Reflexões sobre a produção de artes visuais no interior do Ceará e o sistema de arte no contexto contemporâneo – Aterlane Martins, Historiador e professor do IFCE – Quixadá

09h50
Debate – Mediador: Ed Ferreira, artista e curador de exposições

10h15 – Intervalo para o café

10h30
O Coletivo Camaradas e o fortalecimento das artes visuais na região do Cariri Cearense – Alexandre Lucas, artista visual e professor (Crato CE)
Escola de Artes Visuais da Urca: estudo e profissionalização de artistas na região do Cariri – Nívea Uchoa, fotógrafa e professora (Juazeiro do Norte CE)

11h30
Debate – Mediador: Ruth Vaz Artista visual e arte educadora

12h às 14h – Intervalo para almoço

14h
Coletivo internacional transfer(sp): a produçao de arte urbana no contexto contemporâneo Weaver Lima: artista integrate do coletivo monstra(Fortaleza - CE)
Grupo Meio fio: experiências de intervenção urbana na cidade de Fortaleza – Herbert Rolim, artista visual e professor do IFCE (Fortaleza CE) (A confirmar)

15h
Debate – Mediador: Alexandre Lucas

15h30 – Intervalo para o café

15h45
Apresentação da Rede Virtual de Artes Visuais no Ceará (BLOG), discussão e redação da Carta de Intenções do Seminário
Mediadores: Alexandre Lucas, Anderson Morais Diego de Sousa e Aterlane Martins

16h30
Encerramento
Entrega dos Certificados de Participação

Arte Urbana


Weaver Lima, artista integrate do Coletivo Monstra
blog:http://fanzinotecamutacao.blogspot.com/2010/07/weaver-lima-na-transfer.html


A oficina trabalhará os conceitos relacionados á artes urbana(graffiti,estêncil,stickers, catzes lambe-lambe) Como exercício pratico será proposto aos participantes da oficina a realização de uma intervenção urbana em espaços a ser escolhido na cidade de Sobral.

dias 12 e 13 de agosto das 14h as 17h30, escola de comunicação e oficio e artes - ECOA

Total de vagas: 10

Ação Educativa em Museus e exposições de Artes.

Aterlane Martins, Historiador,Professor do IFCE-Quixadá e educador de Museus.


A oficina visa demonstar a importância das ações educativas desenvolvidas por museus e exposições de artes para o entendimento e a fruição de trabalhos artisticos.Serão discultidos textos textos e conceitos afins ao tema e apresentados algumas atividades desenvolvidas em alguns museus de Fortaleza. Serão ainda realizadas práticas de mediação cultural com o grupo participante.

das 9h as 12h(manha)dias 12 e 13 de agosto casa da cultura de Sobral

20 vagas.

Oficinas


O desenho na produção de arte contemporânea
Diego de Santos, artista visual e arte educador
blog:http://www.diegodesantos.blogspot.com/

A oficina trabalhara as questões relacionadas a produção de desenho na arte contemporânea. Será apresentada uma panorâmica sobre a produção atual do desenho nas artes visuais.Tendo como principal referência sua pesquisa e produção o ministraste realizará exercício de desenho em técnica proporia, com os participastes.

dias 12e 13 de agosto das 9h as 12h,escola de comunicação, oficios e artes - ECOA

TOTAL DE VAGAS 10.