domingo, 23 de janeiro de 2011

CARTA ABERTA AO GOVERNADOR


Defensores da Memória Cultural do Ceará
Entrega da Carta ao Secretário da Cultura do Estado do Ceará, Professor Pinheiro, por ocasião das comemorações do Dia do Ceará, 17 de janeiro, anexo do Museu Sacro, em Aquiraz.
O grupo Defensores da Memória Cultural do Ceará é formado por profissionais da àrea cultural, destacados os professores, pesquisadores, profissionais de museus e outras instituições culturais, que têm em comum o interesse pela discussão e ação na defesa e promoção da memória cultural do Ceará.

Carta aberta ao governador

Excelentíssimo Senhor Cid Ferreira Gomes, Governador do Estado do Ceará
Nós, professores, pesquisadores, gestores culturais, militantes culturais e defensores da memória do Estado do Ceará vimos, através desta, manifestar nosso interesse e preocupação com o atual desenvolvimento das políticas públicas para as áreas do patrimônio cultural e memória, que incluem os museus, arquivos e bibliotecas.
Considerando:
I - O descaso, nas últimas gestões, com as políticas de preservação do patrimônio cultural, compreendendo, ainda, os museus, arquivos e bibliotecas;
II - O sucateamento dos departamentos responsáveis por esta seara, tal como a COPAHC;
III - A desatenção e negligência com a manutenção das Unidades (museus, arquivos e bibliotecas) vinculadas à SECULT/CE;
IV - A falta de corpo técnico especializado permanente nessas Unidades;
V - O crescente interesse do Poder Público Federal e Municipal em integrar políticas, assim como distribuir recursos e qualificar o corpo técnico através de cooperação, tal como propõe o Sistema Nacional de Cultura e os respectivos subsistemas;
VI - A importância da cultura para o desenvolvimento econômico do Estado e a sensibilidade do Governador do Estado para com a causa;
VII - Que Unidades, tanto as antigas como as recentes, sofrem de problemas básicos como falta de definição de um perfil institucional, um plano diretor e dotação orçamentária específica;
VIII - O desequilíbrio crescente entre a quantidade de funcionários efetivos e terceirizados/bolsistas nas Unidades;
IX – Que, desde janeiro de 2009, o País conta com uma legislação que obriga a adequação dos museus a parâmetros condizentes com a atividade museológica e que nenhum dos museus ligados diretamente à SECULT reúne as necessárias condições que atendam a estas exigências;
X – Que os sítios arqueológicos, museus, arquivos e bibliotecas do Estado possuem um grande potencial turístico e cultural, os quais poderiam marcar, sobremaneira, a imagem do Estado quando da realização da Copa do Mundo FIFA de 2014;
XI – O desconhecimento e descumprimento da legislação de proteção ao patrimônio arqueológico no Estado, com a própria SECULT/CE se envolvendo, por vezes, em episódios de coleta assistemática de material arqueológico;
XII - O dever do Estado na preservação do patrimônio cultural, consoante determina o art. 23, III, IV e o art. 216, §1º da Constituição Federal de 1988;
XIII - O término do primeiro mandato;
Objetivamos:
I - Postular o compromisso do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Cultura, com uma política pública de preservação do patrimônio cultural, incluindo sítios arqueológicos, museus, arquivos e bibliotecas;
II - Que o perfil do Gestor da Secretaria da Cultura seja compatível com o campo do patrimônio e da memória;
III - Que haja uma reformulação administrativa na Secretaria da Cultura, a fim de que sejam garantidos recursos específicos para a manutenção das Unidades, visando ao desenvolvimento deste setor no Estado;
IV - Que haja o fortalecimento do Conselho Estadual de Patrimônio – COEPA – e a publicização dos seus atos através do portal eletrônico da SECULT/CE, a fim de informar à população acerca das decisões ali tomadas;
V - Que haja instrumentos que garantam a inserção e participação popular nos processos decisórios das políticas culturais deste setor;
VI - Que seja facilitado o acesso de pesquisadores aos equipamentos culturais vinculados à SECULT/CE, a fim de fomentar as investigações acerca das políticas culturais deste setor;
VII - Que o governo Estadual apresente plano de execução de criação dos arquivos municipais, conforme estabelece o art. 234 e seguintes da Constituição Estadual de 1989;
VIII - Que haja, por parte do Poder Público Estadual, através de políticas públicas específicas, incentivo à realização de pesquisas relacionadas ao campo do patrimônio cultural, memória e museus, seja diretamente através de seus pesquisadores, das universidades ou dos grupos de pesquisas;
IX - Que o Governo do Estado se comprometa não somente com a restauração das fachadas de prédios históricos, mas com a adequação destes às necessidades das instituições que os ocupam;
X - Que a SECULT/CE promova a elaboração de um plano diretor para cada Unidade, onde fique claro para a população a missão e os objetivos de cada instituição, estabelecendo metas a curto, médio e longo prazo, definindo, ainda, o patamar de desenvolvimento que se espera para o futuro e que, especialmente nos museus, isto inclua a definição de uma política de acervo;
XI - Que sejam realizados concursos para a lotação de pessoal técnico qualificado para as Unidades;
XII - Que cada Unidade conte com um profissional da área de Administração para ser responsável pelos processos administrativos regulares e pela captação de recursos, para que as instituições possam visar um modelo de gestão moderna, condizente com o atual desenvolvimento do setor no País;
XIII - Que seja elaborado um Plano de Cargos, Carreiras e Salários para os funcionários da SECULT/CE, para que profissionais motivados possam impulsionar o crescimento deste setor no Estado;
XIV - Que seja concedido o pagamento adicional por atividade insalubre a profissionais da SECULT/CE que lidam com acervos que possam vir a trazer riscos à saúde;
XV - Que o Governo do Estado apóie a criação de um curso de Graduação em Museologia, bem como outros cursos, em vários níveis de formação, de técnico à pós-graduação, tais como Arqueologia, Restauração, dentre outros, para que o Estado do Ceará tenha capacidade de formar profissionais para atuarem neste campo que cada vez mais se desenvolve e amplia um mercado profissional ligado à memória e ao patrimônio cultural;
XVI – Que haja o cumprimento da promessa do atual Secretário da Cultura, referente à construção de um museu de Arqueologia em Fortaleza, ligado à Universidade Estadual do Ceará;
XVII – Que o poder público trabalhe para fortalecer, recuperar, estruturar e garantir a manutenção dos museus e centros culturais já existentes nos territórios indígenas e busque implementar unidades museológicas nas comunidades indígenas que ainda não as possuem, em parceria com as organizações indígenas, garantindo a autonomia e a gestão dos povos indígenas sobre seus próprios museus;
XVIII - Que poder público estadual contribua para a formação e o enriquecimento dos acervos dos museus indígenas, prestando assessoria técnica e jurídica para o repatriamento de peças e documentos dos povos indígenas no Ceará que estão espalhados em outras instituições nacionais ou estrangeiras, como em acervos particulares;
XIX – Que sejam implementadas políticas de valorização, incentivo e fomento da cultura popular, contribuindo para a continuidade e preservação do patrimônio cultural imaterial cearense e dos respectivos grupos detentores/produtores deste patrimônio, tais como: festejos juninos, folcloristas, artesãos, músicos, cantadores de repentes, dançarinos regionalistas, poetas populares, contadores de causos, produtores de instrumentos musicais regionalistas, dentre outros;
XX – Que a política de preservação do patrimônio seja uma política de Estado.
Contamos com a sensibilidade do Governador do Estado para as questões aqui expostas. Nós, profissionais, pesquisadores e defensores da memória e do patrimônio cultural esperamos do Senhor Governador uma resposta à altura dos anseios e das necessidades de modernização das políticas públicas voltadas para a memória e o patrimônio cultural do povo cearense.

Fortaleza, 17 de janeiro de 2011 – Dia do Ceará.

Abaixo assinamos:
Mário Pragmácio Telles, Advogado, Mestre em Museologia e Patrimônio, Especialista em Patrimônio Cultural pelo PEP/IPHAN, membro do grupo de pesquisa em Direitos Culturais da Universidade de Fortaleza – UNIFOR;
Michel Platini Fernandes, Historiador, Mestre em Museologia e Patrimônio – Professor de Museologia da Universidade Federal de Goiás;
Aterlane Martins, Historiador, coordenador da Rede de Educadores em Museus do Ceará, Especialista em Patrimônio Cultural pelo PEP/IPHAN. Professor de Patrimônio Cultural e História da Arte do IFCE, campus Quixadá;
Prof.Dr. Altemar da Costa Muniz, Historiador, professor adjunto da UECE, presidente da ANPUH-CE;
João Paulo Vieira Neto, Historiador, Coordenador pedagógico do Projeto Patrimônio Para Todos, Assessor do Instituto da Memória do Povo Cearense – IMOPEC, co-idealizador do Projeto Historiando, bolsista do Programa de Especialização em Patrimônio – PEP/IPHAN;
José Edvar Costa de Araújo, Doutor em Educação. Professor do Centro de Ciências da Educação da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Lider do Grupo de Pesquisa História e Memória Social da Educação e da Cultura - MEDUC;
João Helson Carvalho Franklin, Historiador, Especialista em Administração Judiciária, Técnico Judiciário do Memorial do Poder Judiciário do Estado do Ceará;
Manuelina Maria Duarte Cândido, Historiadora (UECE), especialista em Museologia (USP), mestre em Arqueologia (USP); Professora de Museologia da Universidade Federal de Goiás;
Tiago Reial, Graduado em Ciências Sociais, com Pós em Pesquisa Científica;
Francisco Aragão, Museógrafo, Vice-Presidente da Associação dos Servidores da SECULT-CE;
Isabel Gouveia Ferreira Lima, Professora, Mestra em Literatura Comparada, pesquisadora do Arquivo do Escritor Cearense – UFC;
Gyl Giffony, ator, bacharel em Direito, mestrando em memória social pela UNIRIO, membro do grupo de pesquisa em Direitos Culturais da Universidade de Fortaleza - UNIFOR;
Reny Elisabeth Diel Pinto, Pós graduada em História da Arte pela FAAP-SP, Coordenadora de Arte educação do Programa de Atendimento Básico à Pessoa Idosa da SEMAS –Fortaleza;
Naudiney de Castro Gonçalves, Historiador, Especialista em Patrimônio pelo PEP/IPHAN, Mestrando em História na UFMG e funcionário da Scientia Consultoria no Departamento de Educação Patrimonial;
Ilza Maria Grangeiro Xavier Lage, Mestre em História pela Universidade Federal de Pernambuco, Técnica da Secretaria de Educação do Município de Maracanaú, Professora da Rede Estadual de Ensino, Diretora do Museu Siará em Miniatura, da ONG Intervalo, Membro do Conselho Gestor do Ponto de Memória do Bom Jardim, iniciativa do Ibram e Pesquisdora da História dos circenses no Ceará, com projeto aprovado e reconhecido pela Fundação Nacional de Artes;
Maria Helena Alencar Scutti, engenheira agrônoma aposentada, advogada militante, pesquisadora com interesse na preservação do acervo histórico do Ceará;
Kadma Marques Rodrigues, Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com estágio na Université Lumière Lyon 2 (Lyon/França), Mestre em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará, Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará, Professora Adjunta da Universidade Estadual do Ceará;
Rodrigo Vieira Costa, Advogado, Mestrando em Direito Constitucional da Universidade de Fortaleza – Unifor, membro do grupo de estudos e pesquisas em Direitos Culturais da Universidade de Fortaleza – UNIFOR, Professor da Faculdade de Direito Christus;
Paulo Emilio de Andrade Aguiar, Bacharel em Direito (UFC), Licenciado em História (UECE). Pós-graduação em Estudos Sociais (IES de LYON – França), Mestrado em Géographie de l'Aménagement-Univ. Lyon II - França, Professor aposentado pela UECE, atualmente organizando um Museu da Cultura Micro-regional Sobralense, em Meruoca – Ceará;
Igor Pedroza, Mestrando em Arqueologia (UFPE), Historiador (UECE) e fotógrafo;
Francisco Artur Pinheiro Alves, Professor de AÇÃO EDUCATIVA PATRIMONIAL do Curso de HISTÓRIA da UECE, Ex-secretário de Educação de Maranguape e de Capistrano, ex-Secretário de Cultura de Capistrano. Mestre em Educação pela UFC, doutorando em Educação pela Universidad Autônoma de Asunción, com tese na área de Educação Patrimonial;
Maria Eliene Magalhães Santos, Historiadora, especialista em Metodologia do Ensino de História; pesquisadora e bolsista Funcap do Núcleo de Pesquisa em Artes Visuais do Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura;
José Wendel Cavalcante Ferreira, Historiador (UECE), Diretor da ONG Instituto Sinergia Social e Articulador da Rede FALE;
Renato Motta Rodrigues da Silva, Arquivista da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE;
Ana Carolina Rodrigues da Silva, graduanda em História pela UFC, educadora do Museu do Ceará, facilitadora do Projeto Patrimônio para Todos da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho;
Janaína Martins Bento, Professora, Historadora (UECE), Especialista em Metodologia no Ensino das Ciências Humanas e Sociais (UFC);
Alexandre Oliveira Gomes, Historiador (UFC), mestrando em Antropologia do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGA-UFPE) e coordenador do Projeto Historiando;
Profa. Ms. Ana Amélia Rodrigues de Oliveira. Mestre em história social pela UFC e trabalhou por quase sete anos no Museu do Ceará;
Alex da Silva Farias, Historiador (UECE); Especialista em Ensino de História (UECE); Bacharel em Ciências Econômicas (UNIFOR), Professor UVA/IDJ;
Ana Paula Campos Gurgel, Arquiteta e Urbanista (UFRN), mestranda do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/UFRN) pesquisadora do patrimônio urbano-arquitetônico do Crajubar;
Verônica Pontes Viana, Historiadora e Arqueóloga;
Patrícia Pereira Xavier, Historiadora – Mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, Cursando o Programa de Especialização em Patrimônio – PEP – Iphan/UNESCO;
Silviana Fernandes Mariz, Historiadora, Mestre em História Social (UFC), Doutoranda EM Educação (UFC), Professora Efetiva da Rede Estadual de Ensino Médio do Estado do Ceará – SEDUC;
Jocélia Maria Cunha da Silva, Graduanda em História- Uva -Universdade Estadual Vale do Acaráu- Educadorado Projeto Patrimônio para Todos, Auxiliar de Restauração e Agente Patrimonial de Edificações Históricas e Artisticas;
Cláudia Freitas de Oliveira, Historiadora. Doutoranda em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Membro do Instituto Praeservare e GT História da Saúde e das Doenças (ANPUH-CE);
Ana Léa Bastos Lima, Diretora da Escola Estadual de Educação Profissional Profa. Marly F. Martins – Caucaia, Historiadora (UECE) e Professora Efetiva do Estado, com Especialização em Ensino de História (FFB) e Especialização em Avaliação e Gestão Pública (CAED - UFJF) em conclusão;
Maria Salete Vale Farias, Pedagoga, Especialista em Patrimônio pelo PEP – IPHAN, Secretária da Fundação Bernardo Feitosa e Museu Regional dos Inhamuns;
Gledson Ribeiro de Oliveira, Historiador, Doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará e membro do Instituto Praeservare;
Carla Manuela Vieira, Historiadora, Especialista em História da Arte e Mestranda em História Social;
Pádua Santiago de Freitas, professor adjunto do Curso de História da Universidade Estadual do Ceará, Líder do Grupo de Pesquisa Práticas, vice-coordenador do Mestrado Acadêmico de História (MAHIS);
Chrislene Carvalho dos Santos, Historiadora e profa. Adjunta da UVA e das Faculdades INTA, integrante da diretoria da ANPUH-CE Gestão 2010-2012;
Francisco José Ribeiro de Abreu, Graduando em Gestão Pública – Universidade Metodista – Polo Fortaleza. Policial Militar, atualmente representante do Sistema Estadual de Museus – Polo Fortaleza e colaborador do Arquivo Público do Ceará. Pesquisador da história da segurança pública no Ceará e das interações sobre cultura e segurança pública;
Isick Kauê Bianchini Homci, Graduando em História pela UECE; Técnico do Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária;
Cássio Schubsky, Bacharel em Direito (USP) e História (PUC/SP), diretor editorial e publisher da Editora Lettera.doc;
Karlla Andressa Soares, Historiadora (UECE), mestranda em Arqueologia (UFPE);
Regina Celi Fonseca Raick, Professora da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sociologa pela UnB, Mestre em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa, Doutoranda em Museologia pela Universidade Lusófona, Lisboa;
Graciele Karine Siqueira, Museóloga do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC/UFC), formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO e Mestre em Museologia e Patimônio por esta mesma instituição.
Marcos Passos, Historiador (UECE), Professor da rede pública de ensino – Salvador – BA. Educador de museus, membro da Rede de Educadores em Museus do Ceará – REM CE.
Anderson de Morais Ares, Artista Visual, graduando em história pela Universidade Estadual Vale do Acarau UEVA, gestor da Rede Circuito Compartilhado.
Célia Guabiraba, Presidente do Instituto da Mem

mas informações

www.memoriaculturaldoceara.blogspot.com.br

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Dica de leitura

"Artista como agenciador e produtor de eventos"

Noo arquivo em pdf, página 50, o Ricardo Basbaum fala do artista enquanto agenciador de eventos:
"o papel do artista como agenciador de eventos e fomentador de produções frente à dinâmica do circuito de arte. (...) Quer dizer, existem alguns artistas que não se isolam apenas enquanto produtores do seu próprio trabalho, enquanto criadores mergulhados somente em seu próprio universo poético e que também gastam o seu tempo ou melhor, transformam o tempo de produção também em dedicação à fomentação, à produção, aoagenciamento de outros eventos, envolvendo outros artistas, outros criadores.
lik
http://www.ceia.art.br/downloads/livroVisivel.pdf,

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ricardo Campos





Uma nova entrevista feita pelo artista visual Alexandre Lucas coletivo camaradas com artista Ricardo Campos
Poeta, contista, artista visual e acadêmico do Curso de Artes Visuais da Universidade Regional do Cariri – URCA, Ricardo tem como ingrediente para a sua produção estética e artística o cotidiano das pessoas que estão à margem da sociedade. Campos tem clareza que a arte não é dom, mas domínio.
Alexandre Lucas - Quem é Ricardo Campos?

Ricardo Campos - Sou um bom garoto (segundo minha mãe), além disso, sou estudante de artes visuais (URCA) e me dedico ao desenho e a criação literária. Tive 03 exposições individuais, 04 coletivas, participo freqüentemente de recitais poéticos, e tenho 2 publicações (contos) pelo Sesc e pela Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?

Ricardo Campos - Muito cedo me interessei pelo desenho, ainda criança. Na adolescência descobri a poesia, mas a só aos poucos anos fui realmente começar a entender que aquelas idéias meio lunáticas que povoavam minha cabeça poderiam ser organizadas num trabalho realmente de cunho artístico. Descobri que a arte não era dom, mas domínio.

Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?

Ricardo Campos - Os quadrinhos, a pop arte, o bar de Ciço Pebinha, Rubem Grilo, Fernando Sabino, Ferreira Gular, Modigliane, A pedra do Vento, Roberto Carlos, Salvador Dali, Millor Fernades, The doors, o Tocha Humana, Henri Miller ...

Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?

Ricardo Campos - A política esta em toda relação humana. Não se pode desassociá-la da arte, mesmo que o artista não tenha essa clareza das coisas, seu trabalho, sua cultura e ele mesmo, tem influencia das políticas praticadas na sua sociedade. Agora, o grande lance é como absorver e reinterpretar essa parada.

Alexandre Lucas - Como é essa história de pesquisar sobre a boêmia como matéria para a sua produção estética e artística ?
Ricardo Campos - Não se trata de pesquisar sobre a boêmia, na verdade eu observo seres humanos. personagens marginalizados e situações ordinárias.
Meu ultimo trabalho o “guardanapos” este sim, foi uma serie de desenhos em nanquim onde o foco era a noite boêmia na periferia.

Alexandre Lucas - Fale sobre seu trabalho visual?

Ricardo Campos - Sou um Desenhista de mim mesmo. Mas não desenho ou pinto o que gosto. Pelo contrario, algumas vezes reescrevo o que não gosto, ou o que não encontro ou o que a maioria das pessoas acredita que não vale à pena. Gosto de trazer a tona detalhes de coisas que normalmente não se dar conta.
Alexandre Lucas - Fale sobre o seu trabalho literário?

Ricardo Campos - Não há diferença no meu processo criativo (desenho, pintura, poesia ou conto).
Desde criança quando vejo uma imagem que me chamava atenção junto a ela automaticamente segue-se no pensamento uma frase ou uma citação de efeito. O exemplo mais recente disso é a minha ultima exposição individual (guardanapos) no Centro Cultural do Banco do Nordeste de Sousa PB. Que discute o mesmo universo e tem a mesma pegada poética do meu ultimo conto (A sombra do invisível) que foi recentemente publicado pelo SESC Crato. (um dos 10 selecionados da III Coletânea de Contos SESC)


Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?

Ricardo Campos - Sempre tive o ser humano como protagonista no meu trabalho, principalmente os marginalizados.

Alexandre Lucas - Você acredita que a Academia elitiza a arte?

Ricardo Campos - A academia me elucidou muitas coisas que via de maneira totalmente leiga no campo da arte. Penso que ela é fundamental para qualquer caminho que se deseje seguir. Mas também vejo a academia (no que diz respeito à arte) como uma escolinha de futebol. Que ajuda o garoto na disciplina e no treinamento tático, mas que se não tomar o divido cuidado pode-se perder o gingado e a malandragem, engessando e castrando sua poética.

Alexandre Lucas - Qual a importância de se fazer uma arte para as camadas populares?

Ricardo Campos - Boa pergunta. Arte que atinge as camadas populares pra mim, é a que a academia e os próprios artistas “conceituais” chamam de artesanato. A maioria dos artistas “contemporâneos” que conheço elitiza a arte. Produzem para um grupo muito restrito da sociedade, e deram pra chamar a arte popular de ingênua (Naif). Mas na real, pra mim o que é mais importante não é fazer arte para o grupo A ou B, o fundamental é fazê-la legitimamente, torná-la verdadeira e honesta.

Alexandre Lucas - Como você enxerga os coletivos de artistas?

Ricardo Campos - Muito positivamente. E o que mais me alegra é a diversidade de interesses que muitos desses grupos revelam.
Alexandre Lucas - Você é um artista que busca novos suportes para o seu trabalho?
Ricardo Campos - Sim. Mas isso pra mim não é uma paranóia. Tenho medo de me transformar num charadista. Só vou Desenhar numa melancia quando puder defender o motivo desse feito com honestidade.

Alexandre Lucas - Qual a importância do Coletivo Camaradas?

Ricardo Campos - O coletivo Camarada é o coletivo mais atuante da região. Independente de ideologia, o que me deixa muito feliz é o trabalho feito nas comunidades carentes, com a facilitação de oficinas, trazendo jovens para experimentações artísticas. Construindo uma corrente de pessoas interessadas na arte e na solidariedade. Gostaria de ter mais tempo para reforçar essa corrente.

Postado por Alexandre Lucas
http://www.blogdoalexandrelucas.blogspot.com/

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Revista Tatui critica de arte


A Tatuí, revista de crítica de arte com versões online e impressa, surgiu, no Recife, em 2006, a partir do encontro de críticos de arte em formação. Seu primeiro número, em forma de fanzine, foi concebido durante o SPA das Artes (evento anual de artes visuais da cidade), sob a ideia de uma crítica de imersão, experimento de crítica de arte que pretendia não se vincular à concepção de distanciamento crítico.

Nos números seguintes da Tatuí, modificaram-se as intenções editoriais. Com outra configuração de equipe, a revista – mantendo seu caráter de independência, experimentalismo e pluralidade – tem proposto debates aos quais se agregam colaborações diversas cujos conteúdos alicerçam um observatório acerca da arte hoje produzida, em especial, no Brasil.

Com apoio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – FUNCULTURA, a versão online da Tatuí ganha autonomia diante dos números impressos, publicando quinzenalmente conteúdo inédito disponível também em inglês.
http://revistatatui.com/

domingo, 2 de janeiro de 2011

Reflexões para donwload: baixe nossas publicações!


O Conexão Artes Visuais 2010 foi marcado pelo lançamento de um grande número de publicações, que trouxeram ao público traços da história das artes visuais brasileiras, assim como consistentes reflexões sobre o panorama contemporâneo. Ao todo, foram 12 projetos destinados especificamente à edição de livros e revistas – sem contar com os catálogos produzidos por outros proponentes como registro de suas ações. Todas as publicações editadas e impressas com recursos do Conexão são distribuídas gratuitamente. Nas páginas individuais de cada projeto, você encontra uma lista das instituições que dispõem das edições e as oferecem para consulta.

Além disso, há uma série de proponentes que disponibilizaram suas publicações para download gratuito. Hoje, já podem ser baixadas as quatro edições da série Artistas Brasileiros – Monografias de Bolso (que apresenta estudos sobre Carlos Zilio, Hermelindo Fiaminghi, Emmanuel Nassar e Wanda Pimentel), o livro Espaços Independentes (um mapeamento de redutos independentes de produção de arte no país) e as revistas Tatuí (publicação de crítica que produziu seu décimo volume) e Investigação nº 11 (projeto estreante que prioriza um enfoque teórico, com tratamento sofisticado). A partir de janeiro, você também poderá ter acesso ao livro Arte Bra – Crítica Moacir dos Anjos.

Divirta-se com os links para os conteúdos editoriais produzidos através do Conexão Artes Visuais 2010. E divulgue os endereços para quem possa interessar! Afinal, o Conexão existe para estimular a produção, investir em conhecimento e difundir a reflexão crítica sobre a arte brasileira.

- Artistas Brasileiros – Monografias de Bolso
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http://www.macniteroi.com.br/index.php?op=publicacoes

Espaços Independentes Livro contemplado pelo edital Conexão Artes Visuais - MinC Funarte Petrobras

http://www.atelie397.com/

Uma das grandes questões da produção artística contemporânea é como manter um espaço de arte independente, isto é, um espaço que não esteja necessariamente ligado ao poder público ou a instituições privadas. A publicação Espaços Independentes chega para construir um panorama que permita ao leitor ver como cinco espaços geridos e administrados por artistas, críticos e curadores conseguem se manter no sistema de arte. O livro parte da documentação das atividades do Ateliê 397 (São Paulo – SP), do Arquipélago (Florianópolis – SC), do Branco do Olho (Recife – PE), do Atelier Subterrânea (Porto Alegre – RS) e do Barracão Maravilha (Rio de Janeiro – RJ).

A publicação dedica um capítulo a cada espaço, procurando investigar como eles funcionam, que tipo de atividades realizam, como se inserem na cidade, como se relacionam com os artistas e de que maneira pensam sua própria atuação. Tudo isso é ilustrado por uma documentação fotográfica dos espaços. E o capítulo final traz ainda um mapeamento dos diversos espaços independentes brasileiros, indicando seus endereços, sites, contatos e atividades. O livro foi lançado no dia 11 de novembro de 2010, no Ateliê 397. Na ocasião, houve um debate com representantes de espaços independentes que funcionam na cidade de São Paulo: Beco da Arte, Casa Tomada e Casa da Xiclet. A distribuição é gratuita.

Lançamento
Quando: 11/11 (20h30)
Onde: Ateliê 397 (Rua Wisard, 397, Vila Madalena, São Paulo – SP)
Retire seu exemplar gratuitamente.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Em imagens, a complexidade urbana



II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia propõe olhares sobre a cidade

“A técnica está sempre a serviço de uma ideia”, defende o fotógrafo Alexandre Sequeira. A afirmação, segundo ele, serve para conduzir o trabalho fotográfico, que exige compreensões poéticas e sensíveis acima de quaisquer conhecimentos tecnicistas. É claro que com o domínio técnico o fotógrago amplia suas possibilidades de expressões estéticas, mas Alexandre, que integra a comissão de seleção do II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, garante que o conceito também é parte primordial da fotografia. Ele e os professores e curadores Marisa Mokarzel e Tadeu Chiarelli ficarão atentos para a capacidade de reflexão dos trabalhos inscritos. A partir do dia 03 de janeiro, artistas do Brasil inteiro poderão inscrever trabalhos no concurso, que tem como tema “Crônicas Urbanas”.

O projeto pressupõe pensar sobre a cidade como elemento fundamental para a constituição da linguagem fotográfica. Os artistas selecionados serão avaliados quanto à diversidade do pensamento e da linguagem, no campo das imagens e histórias geradas e vividas nos espaços urbanos. “A fotografia é um elemento provocador, indutor da reflexão. O tema está ligado à crise das cidades, que buscam suas soluções para problemas do meio ambiente. As artes plásticas em geral são mais herméticas, mas a linguagem fotográfica é mais fácil para propor, pois é uma linguagem artística imbricada com a nossa vida, já que consumimos imagens”, explica Alexandre.

NOVIDADES

Para a segunda edição, algumas novidades foram estabelecidas, ressaltando o aperfeiçoamento do projeto. A primeira delas é a apresentação de Luiz Braga como artista convidado, com uma parte de sua pesquisa e produção fotográfica expostas em mostra particular, em harmonia com o tema do projeto. Pelo incontestável registro da urbanidade da cidade Belém, de maneira peculiar, desde os seus primeiros ensaios na década de 1970, Luiz Braga vai dialogar com a equipe de organização do projeto a fim de decidir, dentro de seu extenso trabalho, o que poderá compor a mostra. “Serão selecionadas de oito a dez fotografias, que vão ocupar uma das salas do museu, como parte da exposição dos trabalhos selecionados. A fotografia do Luiz tem uma atmosfera urbana de um ponto de vista inusitado”, explica Mariano, que destaca o mais recente trabalho do fotógrafo, “Verde-Noite, 11 Raios na Estrada Nova – Fotografia Night Vision”, no qual ele volta a fotografar a Estrada Nova, em Belém.

Além disso, será montada também uma exposição paralela, no Museu Casa das Onze Janelas, com fotografias dos repórteres fotográficos do jornal Diário do Pará. Mariano conta que a ideia foi lançada pela fotógrafa Irene Almeida, que também compõe a equipe de organização do projeto, e foi proposta justamente porque aqueles fotógrafos estão diretamente relacionados com a dinâmica da cidade, registrando-a diariamente. Agora, as fotografias de 14 profissionais sairão dos arquivos e acervos para o museu. “Eles possuem um trabalho que não é mostrado. Vamos aproximar esse universo, trazer o dia-a-dia da cidade para a fotografia contemporânea. É a maneira de chegar até esses arquivos”, explica o curador. É mais um espaço que abarca o Premio Diário Contemporâneo de Fotografia, que este ano terá mais um mês disponível para as visitações, o que vai viabilizar a ampliação das ações educativas. A exposição ocorre de 15 de março a 15 de maio do ano que vem.

LANÇAMENTO

Durante a solenidade de lançamento da segunda edição, ocorrida no último dia 16, alguns pontos fundamentais foram lembrados, como, por exemplo, o pioneirismo do prêmio, o primeiro no estado pensado exclusivamente para a linguagem fotográfica e seus desdobramentos. O diretor-presidente do Diário do Pará, Jader Barbalho Filho, disse que esse foi o motivo fundamental para a realização do projeto, que foi criado para valorizar ainda mais a já reconhecida importância da produção e reflexão acerca da fotografia desenvolvida ao longo dos últimos anos. “Nós idealizamos esse prêmio com a ideia de valorizar a fotografia. Faltava um prêmio exclusivamente para essa linguagem. Com isso, esperamos elevar o reconhecimento da fotografia paraense”, disse.

Ainda durante o lançamento, foi realizada a entrega simbólica da série “Lugares Imaginários”, de Octávio Cardoso, premiada na primeira edição do prrojeto, ao acervo do MUFPA.

A professora Jussara Derenji, diretora do MUFPA, afirmou que nesta segunda edição a parceria com o grupo RBA se consolida. “Esperamos continuar esta e outras parcerias. Queremos resgatar o papel de vanguarda que a Universidade possuía para as artes visuais na Amazônia, que se perdeu um pouco ao longo dos anos”, explicou.

Karla Melo, representante regional da Vale, patrocinadora do projeto, enfatizou a parceria com o grupo RBA e destacou o compromisso com a valorização e estímulo para a arte. “Nós comemoramos essa parceria. O prêmio está sendo realizado com paixão por vencer desafios e para valorizar a cultura local. Nesta segunda edição o projeto está ainda mais belo, com grandes artistas, que procuram olhar para a cidade com outra perspectiva”.

INSCRIÇÕES

O período de inscrição é de 03/01 a 05/02 de 2011. Para os trabalhos enviados por correio, a data limite para postagem será o dia 5/2/2011. Informações: 3224-0871 / 3242 – 8340.
Inscrições
O II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia destina-se à fotografia contemporânea em todas as suas possibilidades de linguagem, suporte e poética. O objetivo é contribuir na ampliação do espaço para a produção fotográfica nacional consolidando o Pará como lugar de reflexão e criação das artes da imagem, logo, o projeto contempla todo o território nacional, sendo voltado aos artistas brasileiros ou estrangeiros residentes no país.

O período de inscrição é de 3/1 a 5/2 de 2011. Para os trabalhos enviados por correio, a data limite para postagem será o dia 5/2/2011. Os portfólios e dossiês para seleção, assim como os trabalhos selecionados deverão ser enviados para o Museu da Universidade Federal do Pará, aos cuidados do II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia – Coordenação de Produção, Av. Governador José Malcher, 1192, Belém – PA Bairro de Nazaré, CEP 66055-260. Informações poderão obtidas no telefones. (91) 3224-0871 / 3242 – 8340 ou pelo e-mail contato@diariocontemporaneo.com.br http://www.diariocontemporaneo.com.br/

Catalogo da edição 2010 prêmio Diário de Fotografia em PDF
http://www.diariocontemporaneo.com.br/wp-content/uploads/2010/12/catalogoPremio2010.pdf