terça-feira, 8 de novembro de 2011

Feminilidade e aprisionamento





A artista catalã Marisa Jorba traz a Sobral à mostra Esquartejada, com curadoria de Roberto Galvão

Pela primeira vez no Brasil, a artista apresenta obras que refletem sobre o aprisionamento em que o ser humano se instala.

A catalã Marisa Jorba, mais conhecida como Maïs, traz aSobral a exposição Esquartejada, com curadoria de Roberto Galvão. As obras da artista, que já passaram pela Espanha, Alemanha, França, Suíça, Japão e Estados Unidos, ficarão em cartaz até 30/12 na biblioteca municipal de Sobral . “A exposição conta a história de várias fases da vida de uma mulher”, comenta Maïs, que acompanha a exposição até sábado. O trabalho, segundo ela, quer principalmente retratar as mulheres que sofrem maus tratos. “Isso acontece em todo lugar, a todo momento”, afirma.

Para homenagear essas mulheres maltratadas, três ambientes recebem obras produzidas desde 2002. As referências da obra são a casos específicos, como a instalação que remete a corpos de mulheres esquartejadas em um massacre no México ou as esculturas simbolizando o apedrejamento e o uso da burca em países islâmicos. “Mas a minha obra pode ser generalizada para todas as mulheres”. A trajetória de vida da artista também está presente nos trabalhos expostos: “A minha inspiração vem da minha vida e do meu entorno”.

O clima de sobriedade percorre toda a exposição, que também faz uma reflexão sobre o aprisionamento em que o próprio ser humano se instala. Jaulas de ferro montadas pela própria artista foram o meio encontrado para retratar a situação. “Nós mesmos fazemos as grades sobre nós, mas sabemos que sempre podemos sair”, explica. Para o curador Roberto Galvão, Maïs manifesta a realidade humana em sua essência: “Ela traz, na sua arte, a consciência da dificuldade sem ser pessimista”.

“O importante, pra mim, é fazer o que eu sinto”, afirma a artista, sem definir ao certo as expectativas para o público fortalezense. “Em geral, espero que as pessoas sintam algo, pois é para isso que trabalho. Gosto quando isso acontece”. A agressividade dos materiais utilizados — ferros, grades, pregos — divide espaço com o apelo sentimental despertado pelas cores fortes e pelo significado de cada obra. “Maïs consegue fazer uma relação entre o sentimento e a razão”, define o curador.

Segundo o curador, Maïs reúne, em sua obra “forma, conceito e matéria”. O contato para trazer a artista a Ceará




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